Na versão contada pelos camponeses durante os séculos, a Chapeuzinho e sua avó terminam o conto na barriga do Lobo, já que não existia o personagem do caçador. Só no século XVII, as histórias foram adaptadas e suavizadas. Essa e outras descobertas sobre a história dos Contos de Fada foram alvo de debate da turma da professora Andreia Ferreira (3T1) durante a Semana Literária. Estimulando a oralidade, os alunos apresentaram as histórias de terror do Projeto Literário da 2ª etapa.

Andreia conta: “Refletimos um pouco sobre expressões como ‘de boca em boca’ e ‘quem conta um conto acrescenta um ponto’, descobrindo sobre a tradição oral das histórias e lendas populares através do livro Almanaque dos Contos de Fadas”. Sobre o conto da Chapeuzinho, a aluna Gabriela Silva conta: “A versão antiga teve um final bom para o lobo, que comeu a vovó e a Chapeuzinho, afinal ele é carnívoro. Enquanto na versão atual ele morre pelo caçador”.

Na sala escura, foi a hora e a vez dos alunos se transformarem em contadores de histórias. Usando microfone e gravações caseiras, as histórias de terror foram recontadas permeadas por muito riso. Andreia complementa: “A ideia era ouvir as crianças contando histórias de forma criativa. Eles ajudaram a decorar a sala com suas pinturas”.

O aluno Erick Möller, que fez a gravação em casa, conta: “Foi muito legal, pois toda a minha família participou. Minha mãe fez o cenário de material de sucata que aprendeu com a minha avó quando criança e eu desenhei todos as personagens. Enquanto lia a história meus pais iam mexendo com os bonecos”.

Autonomia criativa, envolvimento da família, aprendizagem significativa. “O desejo pela leitura deve ser cultivado diariamente, mas momentos como esse ficam registrados na memória para sempre”, finaliza a professora.