A arte do aprendizado
13/08/2018

Os olhos de uma criança são como os de um cientista: não estão repletos de respostas e sim de perguntas e questionamentos que levam a novas descobertas. Foi esse olhar que guiou Linda Carruthers, professora da Hastings School of Madrid, na palestra dada aos professores e técnicos pedagógicos, em agosto, no GayLussac, para tratar sobre metodologias ativas na educação artística.

Baseados na pedagogia “Not yet”, que foca nas melhorias gradativas do aluno, nossa escola-irmã pelo Grupo Cognita, referência mundial em educação artística, apresentou as possibilidades de aprofundamento, expansão de perspectivas e perpetuação da educação artística desde a Educação Infantil até o fim do Ensino Médio escolar. “O objetivo da metodologia é fazer com que o aluno aprenda com o erro e busque melhorar o que já parecia feito. Olhamos para o processo: como podemos melhorar?”, explica Linda. “O aluno precisa compreender que a arte não é só estética, mas é também crítica, análise e autonomia”, acrescenta o Gerente Pedagógico José Antônio Jr.

 

Muito além do desenho, música, dança, pintura em tela, montagens e esculturas também integram o ensino de Educação Artística de Hastings, que preza por uma compreensão global da arte. Linda conta: “É importante que eles experimentem diferentes formas de arte. Muitos alunos não gostam da limitação da folha de papel, eles querem construir também”.

Em projeto feito a partir do livro “A Ilha”, em que o personagem central é vítima de exclusão em uma nova sociedade, as crianças produziram um quadro que dividia os personagens do livro e as situações vividas por eles. Esse foi colorido de acordo com a emoção sentida por cada um em cada momento: “Esse tipo de atividade gera o sentimento de empatia nas crianças, faz elas compreenderem cada lado da história e analisarem com mais calma situações semelhantes”, explica Linda.

“No fundo, não se trata somente de integrar a perspectiva artística, e sim aprofundar uma abordagem humanista”, finaliza Júnior.