A mala de Hana
07/05/2018

O exercício da empatia forma, no caráter do aluno, um espírito cidadão. Unir consciência histórica com o ato de olhar o mundo com os olhos dos outros, foi o que os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental fizeram no Projeto Literário A mala de Hana, baseado no livro de Karen Levine. Nele, cada aluno trouxe uma mala de memórias, com objetos que marcaram sua vida e ajudaram a constituir a sua identidade, assim como Hana Brady fez antes de ser encaminhada para Auschwitz.

O projeto envolveu três disciplinas: Português, com a professora Gláucia Mourão, Produção Textual, com o professor Gustavo Abreu e História, com a professora Priscila Aquino. Em História, utilizaram a imaginação para compor uma entrevista ping-pong com os personagens do livro. Como repórteres, investigaram e fizeram um jornal. Em Produção Textual, todos escreveram uma autobiografia, que serviu como ponto de partida sua própria mala de memórias em Português.

Para o professor Gustavo, a atividade possibilita o exercício de resgate da memória familiar ao reconstruir verbo-visualmente a trajetória da criança do nascimento até o ingresso no sexto ano.

Fortes emoções e grandes surpresas marcaram a apresentação do projeto. Dentre fotos, roupinhas de bebê, objetos de viagens e canções acolhedoras, os alunos imergiram em histórias e aventuras que permitiram conhecer melhor o seu mundo e o do outro. Fazendo uso da habilidade de escuta e da construção de sua linha temporal, eles desenvolveram maior capacidade de empatia e puderam olhar com maior cuidado para os momentos vividos em família.

A aluna Maria Clara Gomes, da 6M2, conta: “Tudo o que seria importante, caberia dentro de uma mala”. Ela trouxe em sua bagagem as lembranças do batismo, aniversário com as amigas e histórias de quando morava em São Paulo com os pais: “Eu queria saber como foi a minha vida lá, saber como era. Muita coisa que eu não fazia ideia, como preferências que eu tinha antes e que eu não tenho agora. Coisas que mudaram. Eu fiquei muito feliz em poder rever tudo aquilo”.